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Solfieri, o melhor personagem do Ultrarromantismo brasileiro

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Puxe uma cadeira, retire uma taça do armário e abra uma garrafa de vinho (a melhor que tiver). É necessário. Essas ações lhe trarão aquilo que a leitura deste texto pede: delírio, insanidade, prazer. Não poderia ser diferente – ele trata de uma conversa realizada numa taverna, lugar, por natureza, de loucura e desvarios. E é exatamente nesse cenário, sentado à mesa, ébrio e febril, que encontramos Solfieri – personagem-narrador que abre os relatos macabros de Noite na Taverna , obra magistral do nosso brasileiro Álvares de Azevedo. Permeado de elementos mórbidos do início ao fim, Solfieri é um conto sobre, aparentemente, necrofilia. Digo “aparentemente” porque, no decorrer da história, descobre-se que a jovem ainda não estava morta no momento do ato sexual. Gosto muito dessa narrativa por três razões: primeira, foi escrita pelo representante máximo do Ultrarromantismo no Brasil; segunda, funde amor e morte num mesmo espaço; terceiro, o personagem funciona como um alter ego do pr