Dos castelos de pedra às mansões de vidro: a trajetória do vampiro nas literaturas de língua inglesa
PHOENIX, ESTADO DO ARIZONA - É uma noite de junho. Uma dona de casa norte-americana (mãe de três filhos e formada em literatura inglesa) dorme. No meio da madrugada, ela acorda. Teve um sonho. Vívido demais. Perturbador. Um jovem – belíssimo e brilhante - conversa com uma garota no meio de uma floresta úmida. Na manhã seguinte, Stephenie Meyer levantou-se e escreveu a sequência que a perturbou na noite passada. Três meses depois, tinha terminado seu primeiro romance, Crepúsculo . Além de vender oitenta milhões de exemplares em todo o mundo e ser considerado um best-seller , o livro é um reflexo do novo estereótipo assumido pelos vampiros modernos. Antes dos impecáveis cabelos louros, do corpo musculoso e dos sentimentos quase humanos, definidos por Meyer, a figura do vampiro era – extremamente - macabra e assustadora. Um retrocesso na história da literatura universal torna nítida essa percepção. Seguir esse percurso ajudará a compreender o processo de humanização da imagem do