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Mostrando postagens de julho, 2017

Na sua estante há discos e também livros: diálogos entre canções de Pitty e a literatura universal

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Não é nenhuma novidade afirmar que rock e livros formam uma amálgama. Recordo-me, neste momento, que até fiz um curso, há alguns anos, sobre a influência de Edgar Allan Poe em bandas de rock, heavy metal e gêneros afins. Embora, infelizmente, o autor de O Corvo não seja tão evocado pelos compositores brasileiros, outros escritores afloram nos versos de muitas canções nacionais. A baiana Pitty é um exemplo de cantora/compositora que sempre alude aos clássicos da literatura universal em suas letras e videoclipes. Música e literatura se encontram em Admirável Chip Nov o, o primeiro disco lançado por Pitty. Talvez a referência mais nítida a essa arte esteja no seu ótimo álbum de estreia – Admirável Chip Novo . Evidentemente, o disco foi batizado com uma espécie de paródia/paráfrase do título do romance inglês Admirável Mundo Novo . Como Huxley, Pitty tece uma irônica representação da sociedade – de formidável nosso mundo não tem nada. Na canção que dá nome ao disco, temos um ret

"Ponte para Terabítia": uma travessia ao mundo dos símbolos

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Alguns textos são antigos dentro de nós. Antes do desejo de correr à pena e acomodar as palavras no papel – ou numa tela –, as ideias crescem em nosso interior. Estas linhas são um exemplo disso. Ao escrevê-las, reporto-me aos tempos áureos da Sessão da Tarde. Foi exatamente numa das minhas excursões vespertinas pelas primeiras janelas que me apresentaram o mundo – os filmes e as novelas da TV – que conheci Meu primeiro amor , filme infantojuvenil sobre amizade e morte. Por anos, o desfecho pouco usual dado a uma história para crianças fez com que a saga de Vada e Thomas J. Sennett se tornasse uma das minhas produções favoritas. No entanto, anos depois, conheci outro filme de temática semelhante. A simplicidade do enredo, o amor ainda mais sutil entre os personagens e as aspirações artísticas de Jesse fizeram com que Ponte para Terabítia ocupasse o lugar da produção estrelada por Dan Aykroyd e Macaulay Culkin. Pôster original do filme. Fonte: Wikimédia. Fiel ao livro homônimo

"Led Zeppelin IV": uma escada mágica para o Paraíso

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Numa sala obscura, com poucos vestígios de luz, um ancião de cabelos compridos e barba longa está debruçado sobre antigas inscrições impressas num enorme papel amarelado. Seus olhos só conseguem distinguir os sinais ali grafados – signos do zodíaco, planetas e hieróglifos egípcios – pela iluminação bruxuleante de velas queimadas até a metade. Em cima da mesa, caveiras, livros corroídos pelo bolor dos séculos e frascos de curiosos formatos. Um cheiro de mercúrio impregna todo o ar. Mas o alquimista nem sente – está concentrado em transcrever os sinais desenhados no antigo pergaminho para um volumoso caderno de anotações. Como tantos outros habitantes daquele tempo, Gerolamo Cardamo sabe que os símbolos carregam um poder descomunal e que podem ser usados no projeto que lhe ocupou toda a vida – descobrir o segredo da imortalidade. Parte interna do disco Led Zeppelin IV : um manancial de símbolos mágicos. Corre o ano de 1970.  Um homem cruza a fria Rua Kensington High, em Londres.