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Mostrando postagens de janeiro, 2018

É sagrado viver (e ler): a boa literatura do padre Fábio de Melo

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Capa de uma recente edição de Quem me roubou de mim ,  um dos livros mais vendidos do padre Fábio de Melo. Cantor, compositor, apresentador, filósofo, teólogo, padre. Muitos são os predicados de Fábio de Melo. A sua face de escritor, contudo, é aquela que mais me agrada. Suas empreitadas literárias, ao longo dos anos, renderam ótimos títulos – que arrebatam pessoas de diversos credos – e constituem um agradável diálogo com as nossas almas. E entre almas. Seus livros já me conduziram a várias conversas. Não é raro aparecer alguma boa senhora para dizer o quanto aquela obra que estou lendo já lhe fez bem. Numa recente ocasião, uma simpática mulher (não sei se de aço ou de flores) sentou-se ao meu lado num ônibus e, ao ver a capa de Orfandades em minhas mãos, revelou-me que um genro seu fora curado de uma depressão pelas doces e reflexivas palavras dessa antologia.   Orfandades é, de fato, fascinante e libertador. Em breves textos fictícios, Fábio de Melo nos apresenta perso

“Entre Irmãs”, uma história bem costurada com as linhas da mitologia e da literatura

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A Maicon, que finalmente se rendeu aos fios encantados da nossa dramaturgia. Como as Moiras da mitologia, as personagens de Entre Irmãs vivem entre linhas, agulhas e destinos. Foto: reprodução. No último texto deste blog, pedi que seguíssemos deslumbrados pelos novelos mágicos da ficção. Coincidentemente, não demorou muito para que a televisão ouvisse meu desejo e me surpreendesse com uma produção dramatúrgica de excelente qualidade – a minissérie Entre Irmãs , cujo roteiro foi escrito por Patrícia Andrade. Híbrido de linguagens – cinema e TV –, o produto arrebatou o público, já nesse limiar de 2018, para o sertão de Pernambuco, onde conhecemos Sophia (Cyria Coentro) e suas pupilas: as sobrinhas órfãs Emília (Marjorie Estiano) e Luzia (Nanda Costa). Essas personagens conduzem a narrativa e nos levam ao encontro de numerosas referências literárias e mitológicas. Suas vidas de fiandeiras muito evocam as Moiras, as três tecelãs do destino na mitologia grega. Entre tecidos