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Mostrando postagens de outubro, 2017

"A bruxa de abril", uma leitura agradável também para o fim de outubro

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Bola de cristal , de Waterhouse. Como as figuras desse artista, Cecy é leve, etérea e encantadora. Gosto de bruxas. Sempre gostei. Sem elas, as histórias perderiam a graça e a magia que até hoje nos encantam. Nos filmes, nos desenhos animados e nas ilustrações dos livros, a bruxa é uma figura que me arrebata sobremaneira. Geralmente marginalizada, má e feia, essa personagem arquetípica sucumbe no purgatório das criaturas malditas imortalizadas pela literatura. Inclusive, por meio dessa arte, conheci muitas bruxas na infância. Todavia, a mais bela delas (sim, bruxas são lindas) cruzou o meu caminho na adolescência – Cecy, uma criação de Ray Bradbury. Com o poder de se mover entre os corpos dos seres vivos, a bruxa de abril se entrega a primaveras, ventos e chuvas. Pode enxergar pelos olhos de um felino ou de um sapo. Pode viver numa gota d’água ou ocupar uma alma que não é  sua. Contudo, Cecy tem um desejo maior – quer amar e ser amada. É por isso que ela invade o corpo

A simbologia que se esconde no “Outro Lado do Paraíso”

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Críticos de televisão afirmam que a qualidade de uma telenovela só pode ser medida depois da segunda semana de exibição da trama. O motivo: é a partir desse momento que a produção entra na rotina e, em meio à agilidade do dia a dia, mostra – ou não – a que veio. Embora pareça precipitado da minha parte, acredito que O Outro Lado do Paraíso seja uma dessas histórias fortes, emocionantes e sedutoras. Nas pinturas de Waterhouse, a relação da mulher com a natureza é recorrente. Suceder o texto magistral de Glória Perez pode não ser fácil. Mas Walcyr Carrasco, outro autor de grande competência (basta observar Alma Gêmea , Amor à Vida e Êta Mundo Bom ), decidiu utilizar o mesmo recurso de sua colega – adornar a trama com diversos elementos simbólicos e literários. Com uma esmerada estética cinematográfica – já explorada em Verdades Secretas –, o capítulo de estreia foi marcado pela relação telúrica dos personagens. Seja quem trabalha na colheita do capim dourado – a cena de