Uma autora escondida entre urzes, morros e ventos uivantes: a sensível e misteriosa alma de Emily Brontë
YORKSHIRE, INGLATERRA – É mais um domingo frio, com céu nublado e nuvens ameaçadoras. Duas moças, quase invisíveis diante dos morros e charnecas que se erguem na paisagem, caminham em direção a uma antiga casa de fazenda – onde residem desde a infância. A celebração na igreja acabou. Aliás, ir à igreja aos domingos é o único passeio de uma dessas jovens. Ao chegar em casa, isola-se em seus aposentos. E dali não sai até terminar seu único romance – O Morro dos Ventos Uivantes. Retrato das irmãs Brontë, de Branwell. Além da paixão pela literatura, as moças - Anne, Emily e Charlotte - assinaram as primeiras edições de suas obras com pseudônimos, pois não era comum que mulheres escrevesse naquela época. Ellis Bell foi o nome adotado por Emily. Anos mais tarde, a obra – que na época em que foi publicada, dois anos antes da morte da autora, não foi bem recebida –, tornou-se um clássico da literatura universal. Entretanto, aqui, não vamos refletir sobre o livro, pois muito j