Entre contos de inverno e sonhos de verão: uma reflexão sobre a imortalidade de Shakespeare
O século XVI foi profundamente marcado
por grandes transformações. Transformações em todas as esferas. Mudanças oriundas do
período renascentista – que trouxe luz à humanidade, outrora envolta pelas "trevas" da Idade Média. O homem passou a ocupar o centro das obras de arte. A
figura humana jamais fora explorada de forma tão intrínseca. Os antigos mitos
da Antiguidade Clássica foram revisitados. A literatura também foi transmutada pela
visão humanista. É nesse contexto que emerge uma das figuras mais fascinantes
de todos os tempos – William Shakespeare.
Sua biografia é complexa e incerta.
Tudo o que se sabe a respeito de sua vida é que ele nasceu na Inglaterra, foi
filho de um fabricante de luvas e desenvolveu interesse pelo teatro desde cedo.
Embora algumas obras se empenharam em perscrutar a vida de Shakespeare antes da
fama, todas elas são incompletas. E são incompletas porque a vida desse autor é
tão misteriosa quanto as dos personagens de suas tragédias.
O Mago, no Tarô Shakespeariano -
Shakespeare é tão fascinante
que psicólogos e ocultistas
transformaram seus personagens em
arcanos que explicam a trajetória do homem na Terra |
Existem, inclusive, teorias que afirmam
que Shakespeare nunca existiu. Segundo os partidários dessa ideia, William Shakespeare
nada mais era que um pseudônimo utilizado pela rainha Elizabeth – já que
mulheres não escreviam na época. O motivo dessa afirmação é a erudição que
reluz nos escritos shakespearianos, que colocam em xeque a sua autoria, pois
tudo indica que ele não frequentou escolas ou universidades. Shakespeare sabia
de costumes da realeza e possuía conhecimentos que somente um nobre poderia
ter.
CD A Tempestade, da Legião Urbana.
Provavelmente, Renato Russo,
o líder da banda,
inspirou-se na obra
homônima de Shakespeare
para conceber o disco |
Se observarmos mais atentamente, todos
os temas da atualidade já foram discutidos por Shakespeare. O feminismo, por
exemplo, tema tão recorrente na contemporaneidade, encontra ecos na
personalidade de Catarina da peça A
Megera Domada.
Capa de uma antiga edição de Sonetos,
de Shakespeare.
A obra, de grande densidade poética,
tornou-se o livro favorito do artista
brasileiro Renato Russo
|
O vulto majestoso de William
Shakespeare não se perde no alvorecer dos séculos, pois sua genialidade
ultrapassa o tempo. Todas as épocas e todos os homens - de diversas idades - encontram um reflexo na produção literária desse autor. Suas histórias, concebidas na Renascença, continuam mais vivas do que nunca - como raios que resplandecem dessa verdadeira Era Iluminada.
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